Em BH, quando a gente fala “passa lá no mercado”, as pessoas já entendem que estamos falando do Mercado Central. É que ele é o nosso queridinho e é um verdadeiro ponto de encontro entre gastronomia, artesanato, cultura e claro, histórias.
Mas daqui a algum tempo, quando falarmos em mercado, tenho certeza que teremos que explicar se estamos nos referindo ao Mercado Central ou ao Velho Mercado Novo, que está retomando as atividades e conquistando cada vez mais os belo-horizontinos.
A história desse mercado começou em 1960, quando uma construtora decidiu fazer um espaço para integrar o Mercado Central. Acontece que o projeto não foi adiante, porque a construtora faliu antes de finalizar os trabalhos.
Com isso, sem nenhuma estrutura, lá era um local que só tinha estacionamento, gráficas, lojas de uniformes e um espaço para eventos (Mercado das Borboletas).
Mas no final do ano passado a história começou a mudar e o lugar passou a receber estabelecimentos que tem como objetivo valorizar a cultura mineira e o pequeno produtor.
Esse processo teve início quando a Distribuidora Goitacazes e a Cozinha Tupis se instalaram no Mercado e passaram a atrair olhares para a região central da cidade. Nada mais lindo que isso, não né mesmo?
A Distribuidora é do mesmo time do Juramento 202 – Cervejaria Viela, que já tem um público bem fiel no bairro Pompéia, e tem a proposta de oferecer cervejas artesanais com preços populares.
O restaurante, por sua vez, é comandado pelo Chef Henrique Gilberto, responsável pelo Buffet Rullus (um dos mais renomados da cidade). Lá ele serve pratos típicos da gastronomia mineira e trabalha com ingredientes encontrados nos hortifrutis, mercearias e açougues localizados no primeiro piso do prédio.
Depois desse pontapé inicial, novas lojas começaram a se instalar por lá, entre elas o Made in Beaga, que tem produtos especiais para os que amam Belo Horizonte e gostam de andar por aí mostrando isso para todo mundo – pessoas como eu, por assim dizer.
Hoje lá tem cafeteria, lugar para tomar café da manhã, barbearia, loja de fotos em muito mais. Novos estabelecimentos estão por vir, mas a regra para estar por lá é a seguinte: é preciso preservar a cultura mineira.
Ao andar entre os corredores você vai perceber que as lojas contam com objetos antigos, o café é servido no copo de vidro, os pagamentos são feitos por meio de fichas e para comer você vai sentar no caixote ou no banquinho.
O luxo está no simples, nas origens, na conversa cara a cara, na troca de simpatias e sorrisos. Porque Minas é isso e o mineiro também.
E então, bora curtir o Velho Mercado Novo? Me chama que eu vou, porque sinto que estarei sempre por lá.
Ah, caso você não saiba ele fica na Av. Olegário Maciel, 742, Centro. A noite a entrada é pela rua Rio Grande do Sul.