A Feira Hippie está fazendo 50 anos. Você conhece a história?

Esse mês, quando caminhávamos pela Praça da Liberdade com os convidados do projeto Coisas de Mineiro – Edição Belo Horizonte, a Diana, que é mineira e atualmente mora em Andradas, disse assim: “vocês sabiam que a feira hippie era aqui?”.

Eu sabia, mas a Mayara, que mora em BH e estava participando do passeio no dia, levou um susto. Ela não tinha ideia. Postei no stories do Instagram e, para minha surpresa, quase ninguém sabia. 

Essa é a razão do post, ok? Quero contar a história da feira hippie, que esse ano comemora 50 anos, e aproveitar para te explicar os motivos pelos quais ela mudou de lugar.

Vamos lá?

A feira começou no ano de 1969, sem nenhum apoio oficial. Na verdade, ela sequer foi planejada. Naquela época, os artistas e estudantes, que sofriam com a ditadura militar, começaram a se reunir de forma esporádica no meio da praça, apenas para apresentar os produtos, conversar, ouvir músicas e apreciar a arte e a cultura.

O movimento, que era leve e ia na contramão das tensões da época, agradava as pessoas que moravam na região e contava com a presença de artistas importantes, entre eles, Yará Tupinambá.

Aos poucos a notícia dos encontros esporádicos começou a se espalhar e a conquistar visibilidade, razão pela qual o governador Israel Pinheiro, no ano de 1971, decidiu transformá-los em encontros semanais.

Com isso, dois anos depois foi publicado o um decreto que oficializou a feira e colocou nas mãos da Prefeitura o dever de organizá-la. Ela deixou de ser um movimento livre da população e passou a ser uma manifestação cultural e turística oficial. 

A partir daí, diversas mudanças aconteceram, novos artistas apareceram e muitos dos que participavam no início simplesmente deixaram de participar. Nessa época surgiram os hippies, que acabaram tomando conta do espaço e transformando totalmente o conceito inicial.

Porém, como o movimento era intenso, ele acabou gerando prejuízos ao patrimônio público e à vegetação da Praça da Liberdade que, como todos sabem, é tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico de Minas. 

Fotos: Ascom/APCBH

Por tal razão, no ano de 1991, quando a praça começou a ser restaurada, a feira foi transferida para o local em que acontece até hoje: a Avenida Afonso Pena. Mas foi só no ano de 1993 que as barracas passaram a ser dividas por cores, o que facilita a localização dos setores.

Os setores são:

  •  Mobiliário, flores, arranjos e cestaria
  •  Decoração
  •  Tapeçaria, cama e itens de mesa e banho
  •  Roupas para adultos
  •  Roupas infantis
  • Brinquedos
  •  Arranjos e complementos
  •  Bijuterias e assessórios em geral
  •  Bolsas, cintos, carteiras etc
  •  Calçados
  •  Alimentação
  •  Artes plásticas e esculturas (ao longo da avenida, sem barracas)

Como eu já comentei anteriormente, nesse mês, dezembro/2019, ela comemora 50 anos e ainda é um ponto turístico importante. Ela é considerada a maior feira de artesanato da América Latina, conta com quase 2 mil expositores e recebe em torno de 60 mil pessoas todos os domingos.

Se você gosta de andar e de fazer compras diferentes, com certeza é uma boa opção de passeio. Minhas dicas são: chegue cedo, passe protetor solar, leve uma garrafinha com água e evite ir com bebês, porque é muito cheio e cansa bastante.

Ah, reserve um tempo para comer alguma coisa antes de ir embora, afinal, aqui em Minas todo passeio envolve lanche.

E em relação ao setor de comida, vale destacar que ele fica movimentado e conta com público fiel. Não importa se a pessoa está voltando da “noitada” e passa para recuperar as energias, ou se ela saiu de casa sem café da manhã e planejou comer por lá, a verdade é que entre milho, churrasco, acarajé e cachorro quente, todo mundo come bem e vai embora feliz.

Beijos, Isabela!

4 comentários em “A Feira Hippie está fazendo 50 anos. Você conhece a história?”

  1. Isabela, bem lembrado 50 anos passa rápido, só uma coisinha, a feira no inicio eram em dois dias às quinta à noite e aos domingos e somente depois que desceu prá afonso pena ficou só no domingo, abçs.

  2. Meu pai foi um dos fundadores da Feira. Alguns expositores vendiam seu trabalho ao redor do coreto. Meu pai não foi Hippie e infelizmente a cidade sabe pouco ou quase nada dessa história, e também valoriza pouco a memória desse grande feito.

    1. Gabrielle Thaís Costa Miranda

      Olá, Lúcio! Bom dia! Meu nome é Gabrielle, sou estudante de Publicidade e Propaganda na UFMG e estou fazendo um trabalho sobre a feira hippie. Você poderia entrar em contato comigo (gabrielle8thais@gmail.com) para uma entrevista rápida sobre a origem da feira? Me ajudaria muito!! Desde já, obrigada!

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