A cidade que me ensinou a amar Minas Gerais!

Lembro que quando eu era criança meus amigos faziam contagem regressiva para as férias e feriados prolongados, porque naqueles dias eles não precisavam acordar cedo para ir à escola. Eu, assim como eles, também esperava ansiosa por aquelas datas, mas meu motivo era outro: nelas eu ia para Coluna, a cidade do vovô e da vovó.

Naquela época, tudo era festa e a viagem de aproximadamente 360 km, muitas vezes de ônibus, nem me incomodava. Eu só pensava nas horas andando de bicicleta, no barulho do sino da Igreja, nas comidas do fogão à lenha e claro, nos mimos que só existem nas casas dos avós.

O que eu não sabia é que todas aquelas experiências naquela cidade pacata, com menos de 10 mil habitantes, me transformariam em quem eu sou: uma pessoa apaixonada por Minas Gerais, pela nossa cultura e pela nossa gastronomia.

Era em Coluna que eu comia quitandas, queijos, rapaduras, doces de leite e broas de milho. Era lá, no fogão à lenha da querida Alvina, que eu esperava ansiosa o tutu, a canjiquinha, o frango ao molho pardo, o torresmo crocante ou a deliciosa galinha caipira.

Isso sem contar no milho cozido, mingau de milho verde e café coado com broa de fubá. A família se reunia na cozinha, na beirada do fogão, e ficava ali, esquentando o corpo e jogando conversa fora. Não tinha coisa melhor!

Para além da comida, lembro das colchas bordadas que a vovó fazia, das visitas que passavam a tarde só para saber se estava tudo bem, das festas de rua repletas de simplicidade e de alegria, das procissão, das festas em homenagem aos santos e  das cavalgadas que me deixavam morrendo de medo.

Lembro que naquela época, ainda pequena, eu passava na frente da Igreja e admirava as pessoas que iam à missa todos os dias. Aquilo não fazia sentido na minha cabeça, mas ainda assim eu sempre entrava na Igreja para olhar o altar.

Hoje, tantos anos depois, percebo que foi ali que eu aprendi que não tem nada melhor que um café coado e quentinho ao acordar, uma mesa farta na hora do almoço e uma boa conversa com amigos no final da tarde. Conversa não, prosa!

Foi ali que aprendi a amar Minas Gerais e a ver beleza nas coisas simples. Com certeza lá tem muito, muito de mim.

Fotos: Isabela Lapa/Coisas de Mineiro. 2016.

Beijos e até breve, Isabela!

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